Para suceder a Salazar, o Presidente da Republica, Americo Tomaz, escolheu um dos construtores do aparelho juridico-politico do regime: Marcello Caetano. Apesar das semelhancas ideologicas entre os dois estadistas, Caetano tinha, relativamente ao seu antecessor, uma visao mais moderna do uso dos meios de comunicacao de massa enquanto instrumentos de influencia politica (2).
Houve mesmo um dirigente de um jornal portuense que propos o reforco do pessoal da Censura para combater o prejuizo, pois chegava "a diferir de 3 a 5 dias a autorizacao ou nao de noticias publicadas pela Imprensa de Lisboa!!!", conforme se le no relatorio dirigido ao Secretario de Estado da Informacao, em outubro de 1969, remetido pelo homem que assumia entao as funcoes de assessor de comunicacao de Marcello Caetano (18).
Balsemao era, nessa altura, deputado da Assembleia Nacional, integrando a chamada "ala liberal" que estava em rota de colisao com o chefe do Governo: enquanto Marcello Caetano optava por manter o regime autoritario, ainda que menos repressivo; a "ala liberal" pugnava por uma rapida e radical abertura politica do regime, estando disposta a colaborar e apoiar Caetano na condicao de este dar sinais claros de transformar o regime numa democracia.
Iniciada em 28 de marco de 1926 como regime militar, sua longa durabilidade acompanhada do relativo atraso economico e cultural portugues fizeram com que a queda do Estado Novo, ja sob o consulado de Marcello Caetano, provocasse tanto surpresa quanto curiosidade na opiniao publica internacional.
O primeiro modelo privilegia a analise da gestao de Marcello Caetano e dos limites e potenciais da modernizacao por ele implementada nos cinco anos e meio em que esteve a frente do Executivo portugues.
While the Estado Novo's leader changed from Salazar (who left office in September 1968 and died in July 1970) to Marcello Caetano, a Professor of Law and Constitutional History and one of the architects of the Dictatorship's system, the historiography of Portugal was also changing.
I asked my guest and fellow historian something along the lines of: "Given the history of golpismo in contemporary Portugal, do you think the military today could overthrow the government of Marcello Caetano?" I will never forget his quick response: "No, no, of course not, Caetano has too much prestige for this to happen!" In retrospect now, we know that at the very time of our conversation, in spring of 1973, the initial activities of future military rebels, before the Armed Forces Movement, manifested themselves against the background of new pressures on the Portuguese armed forces in Mozambique and Guinea/Bissau.
NATO had no objection to the oppression in Portugal carried out by Antonio de Oliveira Salazar and
Marcello Caetano, who were busy annihilating "liberation" movements almost identical to the Kosovo Liberation Army.
The Armed Forces Movement (MFA), which staged the initial coup that ousted the long-term, authoritarian-corporatist regime of Antonio Salazar and his successor,
Marcello Caetano, was not at first committed to democracy.